Gazeta Digital
Pais de alunos de algumas escolas estaduais de Cuiabá formaram uma comissão para protestar contra o processo de remanejamento de alunos de escolas estaduais para escolas municipais da Capital. Eles acusam a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) de agir por “debaixo dos panos” e afirmam também que não foram informados sobre o caso.
O redimensionamento é o procedimento no qual a rede estadual deixará de atender alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental. Esses, por sua vez, serão realocados para escolas sob administração municipal. O mesmo acontecerá com discentes do 7º, 8º e 9º ano, que farão o caminho inverso – das escolas municipais para escolas chefiadas pelo governo do Estado.
Alguns pais, no entanto, alegam que não foram notificados sobre a mudança. Eles dizem terem sido surpreendidos com listas de transferências constando o nome dos seus respectivos filhos, bem como as futuras escolas deles. Uma comissão de pais foi formada para analisar o caso.
A mãe de uma aluna de 6 anos de idade, que solicitou anonimato à reportagem, relatou que o nome da sua filha está incluído num documento com a relação de transferências previstas para o ano de 2023.
A criança atualmente estuda o 1º ano do ensino básico no período vespertino em uma escola estadual de Cuiabá. Além da menina, a mulher conta que tem outros dois filhos matriculados em creches. Todos os 3 estudam em unidades que ficam próximas ao trabalho dela, distante cerca de 12km de sua residência.
Ela diz que recorreu a essa estratégia, a de matricular os filhos próximo ao seu emprego, após não encontrar vaga para a filha de 6 anos. Segundo a mãe, a tarefa de recolher as crianças ao final da tarde torna-se mais fácil, já que bate com o horário de saída do trabalho.
“Eles [secretaria de Educação] vão direcionar as crianças para onde eles querem”, diz. “Eles não pensam qual seria o melhor para os pais”.
Outra mãe, que também não quis se identificar, criticou a Seduc e disse que a direção da pasta não tem fornecido documentação às escolas referente ao processo de remanejamento.
“Ninguém tem documento que comprove nada”, relatou. “A impressão é que a Seduc está escondendo as coisas da gente. Ninguém tem uma documentação concreta do que está acontecendo e nem noção de como está o processo”.
A reportagem entrou em contato com a Seduc para esclarecimentos. Como justificativa, um assessor técnico da pasta informou que a secretaria foi comunicada pelo Ministério Público da necessidade de realizar o redimensionamento. Informou também que o processo se deu dentro da promotoria e que por isso os pais dos alunos não ficaram sabendo.