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Cuiaba - MT / 21 de junho de 2025 - 4:11

Viagra Boys lança disco que expande alcance além do rock alternativo

Depois de ABBA, Roxette, Europe, Ace of Base, Cardigans, Robyn e, mais recentemente, Swedish House Mafia, Icona Pop, Avicci, Zara Larson e Tove Loe, a Suécia prepara uma nova arma na missão de dominar o pop-rock mundial: o Viagra Boys.

Formado em Estocolmo em 2015, Viagra Boys é um sexteto formado por Sebastian Murphy (vocais), Linus Hillborg (guitarra), Henrik Höckert (baixo), Elias Jungqvist (teclados), Tor Sjödén (bateria) e Oskar Carls (saxofone). Murphy é o único não-sueco do grupo, tendo nascido em San Rafael, na Califórnia, e mudado para a Suécia aos 17 anos.

A banda acaba de lançar seu quarto álbum de estúdio, intitulado “Viagr Aboys” e, a julgar pela reação de críticos, público, e pela imensa lista de festivais e shows que a banda fará em 2025 e 2026, dá para prever que se tornarão muito em breve um nome de peso do rock internacional.

A música do Viagra Boys é uma explosiva mistura de punk, pós-punk, batidas eletrônicas e sintetizadores new wave que remetem ao som divertido e brutalista do Devo. Esta lendária banda norte-americana parece ter inspirado também as letras de Sebastian Murphy, cheias de comentários bem-humorados e ácidos sobre a sociedade de consumo, as redes sociais e a vida moderna.

Man Made of Meat” (“Homem feito de carne”) abre o disco e é Devo até a medula, com sua letra surrealista e estranha: “Freaks acima do peso andam em cadeiras de rodas elétricas / fabricadas por duendes em alguma fábrica estrangeira / eles estão lá para comprar drywall e outros produtos / que podem comer em casa deitados no sofá / enquanto assistem a um programa de TV sobre um homem chamado Chandler Bing / que morreu num bizarro acidente numa banheira de hidromassagem”.

Ao vivo, Viagra Boys é um assombro, uma banda afiada que faz shows dos mais explosivos e divertidos. Sebastian Murphy é uma figuraça, sempre sem camisa, exibindo a barriga toda tatuada e bebendo cerveja sem parar, comandando plateias cada vez mais entusiasmadas pelo som punk e dançante da banda.

Se há um fator que diferencia o Viagra Boys de seus contemporâneos da música alternativa atual é um verniz na produção de suas músicas. Ficou claro, desde o primeiro disco, “Street Worms” (2018), que a banda almejava atrair um público mais amplo. O álbum conseguia um balanço difícil entre uma sonoridade pesada e abrasiva que agradava fãs de música alternativa e uma pegada pop que caía bem a ouvidos mais “comerciais”.

No segundo LP, “Welfare Jazz” (2021), o Viagra Boys recrutou um time de produtores que incluiu nomes ligados à música pop comercial como Patrick Berger, que trabalhou com Robyn e Lana Del Rey, e Justin Raisen, produtor de trabalhos de Charli XCX. O terceiro disco do Viagra Boys, “Cave World”, gravado em meio à pandemia e lançado em 2022, já trazia um som mais polido e faixas dançantes e radiofônicas como “Troglodyte”, “Punk Rock Loser” e “Ain’t no Thief”.

“Cave World” foi produzido pelo parceiro mais constante da banda, o sueco Pelle Gunderfeldt, um especialista em conseguir sonoridades pesadas, porém radiofônicas. Gunderfeldt produziu em 2002 a música “Hate to Say I Told Yo So”, o maior sucesso dos também suecos The Hives, outra banda que agrada tanto a fãs de música alternativa quanto ao público de FM.

Em “Viagr Aboys”, Gunderfeldt voltou ao comando e produziu o disco mais comercial da banda, uma coleção de 11 faixas que periga tirar o grupo do gueto do “rock alternativo” e expandir enormemente sua base de fãs. O disco tem faixas mais pesadas –”Man Made of Meat” e “The Bog Body“, que já haviam saído como singles– e outras bem comerciais e acessíveis, como “Pyramid of Health” e a balada “Medicine for Horses” (que lembra demais as canções mais lentas do Red Hot Chili Peppers).

“Viagr Aboys” tem tudo: uma pitada de punk, um pouco de rock de garagem, baladas de FM, batidas eletrônicas que funcionam bem em pistas de dança, enfim, é um disco eclético, muito bem produzido e suficientemente polido para não ofender a ninguém. Vai trazer mais gente para o barco do Viagra Boys e repelir aqueles fãs originais, que dirão: “Eu gostava deles quando eles eram underground”.

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Cuiaba - MT / 21 de junho de 2025 - 4:11

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