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Cuiaba - MT / 1 de agosto de 2025 - 21:39

Um guia de Brasília para Alexandre de Moraes (pós-Lei Magnitsky)

Não foi uma semana fácil para Alexandre de Moraes. Incluído pelo governo americano na lista da Lei Magnitsky, o ministro do Supremo Tribunal Federal deve ter dificuldades para movimentar dinheiro e talvez encontre problemas até para realizar atividades corriqueiras, como fazer uma compra na internet.

O ministro e seus familiares também já haviam perdido o visto americano, o que diminui os possíveis destinos de Moraes nas longas férias do Judiciário.

Por isso, a Gazeta do Povo preparou um guia específico para ajudar o ministro em sua nova rotina em Brasília. As opções não são as mais refinadas, mas valem a pena quando visitar Nova York não é uma possibilidade.

Parque Nicolândia 

Viajar para a Disney World está fora de cogitação. Aliás, é melhor nem passar pela ala internacional do aeroporto de Brasília. Mas Alexandre de Moraes tem uma opção quase tão boa quanto a atração de Orlando: o Parque Nicolândia, a poucos quilômetros do STF.

Um dos pontos altos do local é a roda-gigante, que fica ainda mais bonita depois do pôr do sol. Também há opções mais radicais para os mais ousados. Recomenda-se ir ao Navio Pirata antes, e não depois, de saborear o cachorro-quente vendido no parque.

Ingresso: R$95. O parque aceita dinheiro em espécie.

Bônus: do Nicolândia, é possível ir a pé até o Posto da Torre, famoso por ter dado nome à Operação Lava-Jato.

Nicolândia é o parque de diversões mais antigo de Brasília.Nicolândia é o parque de diversões mais antigo de Brasília (Foto: Roberto Castro/MTUR)

Pastelaria Viçosa

A Lei Magnitsky impede que Moraes faça transações financeiras com pessoas ou empresas americanas. O alcance da medida ainda é incerto. Na dúvida, talvez o ministro do STF queira ficar longe do McDonald’s, do Burger King e da Pizza Hut. Mas ele não precisa se desesperar: Brasília tem a Pastelaria Viçosa. Os pontos positivos são o preço e o apelo nacionalista. O ponto negativo é a localização: a Rodoviária do Plano Piloto, onde funciona a pastelaria, costuma ser o ponto de encontro de manifestantes que se dirigem à Esplanada dos Ministérios.

Preço: cerca de R$ 15 por um pastel com caldo de cana.

Biblioteca da Câmara dos Deputados

Esta é uma boa opção de passeio gratuito. Além de um amplo acervo na área do Direito, o prédio abriga os arquivos da Assembleia Constituinte de 1988. Com sorte, Moraes pode até convencer um funcionário da Câmara dos Deputados a lhe apresentar a cópia original da Carta Magna, que tem a assinatura de Ulysses Guimarães e é mantida em uma sala especial no subsolo da Câmara. A Constituição, aliás, é uma obra versátil: pode ser lida como ficção ou não-ficção.

Biblioteca da Câmara tem acervo valioso sobre a Constituição.Biblioteca da Câmara tem acervo valioso sobre a Constituição. (Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)

Cine Brasília

Pagar a assinatura da Netflix, uma empresa com sede nos Estados Unidos, pode ser um problema para Alexandre de Moraes. Como as videolocadoras deixaram de existir, o jeito é ir ao cinema. Uma boa opção é o Cine Brasília, na quadra 106 sul. Como pertence ao governo do Distrito Federal, o espaço está completamente fora da zona de influência dos ianques. A sala de exibição costuma atrair poucos espectadores, o que é ótimo para quem tem problemas de popularidade. Nesta semana, o local andou exibindo uma certa “Mostra Cine Afrolatinas”.

Ingresso: a partir de R$ 10.

Feira dos Importados

Para quem (como os líderes do PCC) foi incluído na lista da Lei Magnitsky, é arriscado fazer compras no exterior — mesmo que pela internet. Melhor visitar a Feira dos Importados, que antes tinha o nome de “Feira do Paraguai” por motivos autoevidentes. O local era conhecido por oferecer produtos vindos da China por rotas, digamos, alternativas. Nos últimos anos, a presença de itens contrabandeados diminuiu, mas quem frequenta o local ainda consegue encontrar produtos chineses de todo o tipo (muitas vezes, vendidos por comerciantes chineses). Talvez eles aceitem formas alternativas de pagamento. É assim que se destrói a hegemonia do dólar.

Zoológico

Macaco-aranha do Zoológico de Brasília: sem acesso à TV Justiça.Macaco-aranha do Zoológico de Brasília: sem acesso à TV Justiça (Foto: Zoológico de Brasília/Bethânia Cristina)

Não é o Animal Kingdom, mas pelo menos não custa US$ 120 para entrar. O Zoológico de Brasília, que já viveu dias melhores, proporciona encontros surpreendentes e gera dúvidas nos espectadores. Este roedor deveria estar solto? (Não). Os micos que roubam o lanche dos visitantes são parte do espetáculo? (Também não).

Ponto positivo: nenhum animal assiste à TV Justiça. Ponto negativo: o último leão morreu em 2016 e ainda não foi substituído — talvez por falta de interessados.

Ingresso: R$ 5.

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Cuiaba - MT / 1 de agosto de 2025 - 21:39

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