Amorim pondera que não acredita que o risco seria de uma “guerra mundial total”. “Dificilmente um país que tem uma arma nuclear a use contra outras potências nucleares. Acho que o grau de loucura não chegou a esse ponto. Mas pode ser uma guerra”, disse.
O embaixador destacou que o mundo vive hoje duas “guerras graves”, na Eurásia e no Oriente Médio. “Se as duas guerras se comunicarem, como pode acontecer, já seria praticamente uma guerra mundial”, indicou.
“Se somar ao cenário a guerra tarifária, acho que o mundo está correndo o risco de afundar como eu nunca vi”, lamentou.
A reportagem do UOL questionou se ele já havia vivido uma tensão parecida desde o final da Guerra Fria. Mas o embaixador respondeu reformulando até mesmo o período delimitado pela pergunta. Segundo ele, a tensão que o mundo atravessa hoje é maior inclusive do que os momentos mais críticos da Guerra Fria. “Nunca viu em minha vida nada parecido em termos de tensão”, disse.
“Mesmo no momento da crise dos mísseis de Cuba, evidente que tivemos um momento de drama. Mas, naquilo, envolvia duas pessoas. Uma de cada lado”, explicou. “Hoje, você não controla. Tem os iranianos, os israelenses, tem aqueles que têm armas químicas. É muito complexo”, alertou.
Risco de se alastrar
Um dos riscos, na avaliação do embaixador, é de que o exemplo de um ataque americano no Irã – justificada por uma atitude “preventiva” – se alastre para outras regiões do mundo.