“Alguém tem de sentar e conversar com os Estados Unidos, fazer como fizeram os outros países”, declarou Ratinho.
“Uma coisa está bem clara: o Lula não quer resolver o problema. Ao invés de usar a chancelaria brasileira, que era uma das melhores do mundo, fica usando frases de efeito”, afirmou Caiado.
Na carta em que disparou o tarifaço de 50%, Trump expôs seu objetivo já no primeiro parágrafo. “A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”.
Ao justificar a sanção política, Trump manuseou uma mentira. Anotou que a tarifa servirá para compensar políticas comerciais do Brasil que causaram “déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos.”
Trump criou dois mundos, o dele e o real. No mundo alternativo do trumpismo, o “déficit” constitui “uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!” No mundo real, os Estados Unidos colecionam superávits comerciais com o Brasil desde 2009.
A parceria do clã Bolsonaro com Trump aprisionou a direita brasileira numa armadilha. Não é a hipocrisia dos governadores que espanta. Pode-se argumentar que a hipocrisia é parte do jogo político. O que assusta é a percepção de que Tarcísio, Ratinho e Caiado não estão sendo cínicos.