Os números da Quaest mostram que:
- 66% acham que Lula não deve concorrer em 2026;
- 65% rejeitam uma nova candidatura de Bolsonaro;
- Em um eventual segundo turno hoje, Lula e Bolsonaro empatariam com 41%.
- 43% avaliam o governo Lula negativamente; somente 26% o consideram de forma positiva.
Os dados sugerem que, embora a rejeição a Bolsonaro siga alta (55%), o petista não capitaliza o desgaste do rival. Para Ricci, a explicação está no divórcio entre a agenda progressista e as urgências populares, e esse espaço estaria sendo ocupado pela extrema-direita, que usa o “clima carregado” com frustrações do dia a dia a seu favor.
Apesar da rejeição, Lula e Bolsonaro ainda são fundamentais para o crescimento de outras lideranças políticas. “Mesmo com a rejeição, eles ainda têm muita influência positiva, o caso Bolsonaro é mais nítido, porque ele está inelegível e enfrentando o julgamento do golpe”, explica Isabela Kalil. “Por isso, os candidatos que poderiam herdar os votos do bolsonarismo aparecem muito bem na pesquisa”, completa. “Como Lula é um candidato real e não foram sondados nomes alternativos, é mais difícil dizer.”
Tarcísio ganha com a rejeição de Lula e Bolsonaro, diz especialista. “Existe um cansaço com a polarização estendida ao cansaço com Lula e Bolsonaro. Quem ganha com isso é Tarcísio, que coloca a sua imagem pública como alguém que está na centro-direita e com condição de transitar entre esses dois campos, mesmo estando mais à direita do que parece”, continua Kalil. “O centrão, por sua vez, aguarda nos bastidores, distante do ‘estrago’ da polarização”, concorda Rudá Ricci.