Aos 13 anos, Macedo sofreu um acidente que deixou sequelas em seu rosto. Ele caiu de um cavalo, e o trauma causou uma paralisia da face no lado direito.
Disse ao médico que me atendeu, um professor de neurologia do Hospital das Clínicas, que eu queria ser cirurgião. Ele me aconselhou a procurar outra profissão. Fui para casa abaladíssimo. Meu avô então me repreendeu: ‘Esquece o que ele disse, não sabe nada. Ele é professor de cirurgia, mas não de gente’. Foi aí que eu mais quis ser cirurgião. Pouco mais de dez anos depois, operei o médico que me atendeu, por uma grande coincidência. Era noite de Natal. Tirei a vesícula dele. No dia seguinte, ele me olhou e perguntou: “O que aconteceu no seu rosto, menino?”. Eu relembrei a história a ele. Ele chorou igual a uma criança. Para mim, o não inexiste. Vou até o fim, sempre. Desisto só se me matarem.
Antonio Luiz Macedo, à revista Veja em 2019
Macedo foi escolhido inicialmente pela família do ex-presidente. Eduardo Bolsonaro entrou em contato com o médico após receber indicações de colegas do cirurgião, como contou ainda à Veja no ano seguinte. Ele voou para tratar do então candidato em Juiz de Fora (MG) logo após a facada e foi responsável pelos procedimentos seguintes.
Ele diz que nunca cobrou pelas cirurgias de Jair Bolsonaro. Ele faz 600 cirurgias por ano, em média, e opera pessoas de graça também. Uma delas é o ex-presidente. “Meu pai nunca recebeu um real por ter tratado do Bolsonaro, jamais cobrou nada. O governo, nem ninguém, nunca pagou nada a ele”, contou sua filha ao UOL em 2022.
É um workaholic que sacrificou a vida e o convívio conosco pela profissão. Não tira férias e às vezes viaja na semana de Ano-Novo para descansar, está sempre 24 horas no hospital, sai de casa às 6h da manhã e volta meia-noite/1h de domingo a domingo. Ele não descansa, trabalha direto a semana inteira. Viajou com o dinheiro dele, não do governo, nunca utilizou verba pública, nunca recebeu favor algum do governo.
Beatriz Macedo Lopez, filha do médico
