Alexandre de Moraes vai cair. Ao meu redor, todo mundo tem certeza disso. Pode não ser nesta semana. Nem na outra. Pode não ser nem em 2025. Mas uma hora será – e antes do que você imagina. Uma hora ele vai cair. Provas disso seriam as demissões na GloboNews, o racha no STF, o pavor dos ministros em relação à Lei Magnitsky, as expressões faciais do sancionado, o desânimo geral da esquerda ou a configuração dos astros. Sei lá.
Sei lá e não importa. O que importa é que, mais cedo ou mais tarde (só espero que não tão tarde assim), Alexandre de Moraes vai cair. E esse clima de torcida-quase-certa-da-vitória me faz pensar no dia seguinte à queda do ministro que ontem era Xandão e até Xandíssimo, mas que agora não passa de um Xandinho, Xandoide ou um hesitante Xandeco. Como nós, da direita conservadora, democrática, liberal e cristã, agiremos quando esse dia, um dia tão aguardado, pelo qual tanto rezamos, chegar?
Toma!
Aí é que são (serão) elas. Sei que vou comemorar. Talvez solte até rojão (posso, Dani?). E vou tripudiar um pouquinho – que ninguém é de ferro. Viu só?! Eu sabia que esse dia chegaria! Toma, abestado! Apesar de você, amanhã há de ser outro dia, etc. Mas como reagiremos nós enquanto grupo perseguido, intimidado, preso e calado pelo xerife Alexandre de Moraes? Que tipo de casa construiremos sobre os escombros da Nova República?
Gosto de pensar que seremos nobres vencedores. Tão nobres que dispensaremos ao nosso inimigo o que ele nunca nos dispensou: a misericórdia. Mas sei que estou viajando na maionese da minha ingenuidade intencional. Até porque entre a queda e a misericórdia há um monte de problemas a serem resolvidos, dúvidas a serem esclarecidas e decisões a serem tomadas. Tipo: e o restante do STF, hein? Estamos dispostos a aceitar uma Corte Suprema com Dino e Zanin? Depois de tudo?! E, já que estamos aqui, permita-me perguntar: o que fazer com essa Constituição que não serve mais para nada? E com o Lula?…
De fininho
Depois vem a questão do poder. De quem assumirá e exercerá o poder sentado no mítico Trono de Pau-brasil. Tá, digamos que Alexandre de Moraes seja carta fora do baralho e Jair Bolsonaro esteja elegível em 2026. Digamos mais! Digamos que Bolsonaro ganhe as eleições. Quem comporá o governo? Que tipo de reformas já estão sendo pensadas? Será um governo virtuoso, com um olhar de 50, 100 anos, ou será um governo de vingança e que já nascerá com um olho no próximo ciclo eleitoral?
Ah, desculpe. Você não quer pensar nessas coisas ainda. Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. Agora, se me permite, só mais uma observaçãozinha. Não resisto. É que eu estava pensando aqui (só pensando, hein!) se o papel de vítima, vítimas que somos de fato, não nos é de alguma forma confortável. Da mesma forma que, durante décadas, foi bastante confortável para a esquerda. É que, uma vez vencedora, a direita vai ter que provar que é mesmo tudo isso que pensa de si. Imaginou a responsa? [SAI DE FININHO]