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Cuiaba - MT / 27 de julho de 2025 - 15:37

Por que o câncer colorretal, que matou Preta Gil, tem se tornado mais comum em jovens

A morte da cantora Preta Gil no último domingo (20), aos 50 anos, despertou a atenção de muitos brasileiros não só por se tratar da partida de uma pessoa famosa.

Preta morreu devido a um câncer colorretal que descobriu quando tinha 48 anos. Este tipo de doença tem sido cada vez mais comum entre adultos mais jovens:  

é o terceiro tipo de câncer que mais mata no Brasil e o segundo que mais acomete mulheres, depois de tumores na mama, e os homens, depois do câncer de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A situação tende a piorar nos próximos anos. Uma análise Inca prevê que a morte prematura por câncer colorretal entre pessoas de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030.

O estudo apontou que entre os homens, a região Norte tem o maior aumento projetado, de 52%. Nordeste (37%), Centro-Oeste (19,3%), Sul (13,2%) e Sudeste (4,5%) completam a sequência.

Em relação às mulheres, o Nordeste (38%) lidera, seguido por Sudeste (7,3%), Norte (2,8%), Centro-Oeste (2,4%) e Sul (0,8%).

O que é o câncer colorretal ou de intestino?

O câncer colorretal é uma doença que se desenvolve predominantemente a partir de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos adenomatosos e serrilhados entre o intestino grosso (cólon) e o fino (reto). O nome câncer colorretal ou colón e reto depende de onde os tumores foram encontrados, mas, em geral, a doença é também chamada de câncer de intestino.

Qual é a incidência da doença?

Em geral, a taxa de pessoas com câncer de cólon ou reto caiu desde o fim da década de 1980. Os diagnósticos de quem tem menos de 55 anos, no entanto, dobraram de 11% do total de pacientes em 1995 para 20% em 2019. Ou seja: a proporção, que antes era de um a cada dez pacientes, passou para um a cada cinco.

Já as taxas de mortalidade por câncer colorretal aumentaram desde 2005 em 1% ao ano em pessoas com menos de 50 anos e em 0,6% ao ano em pessoas de 50 a 54 anos. Os dados são da Sociedade Americana de Câncer. 

No Brasil, de acordo com as estimativas do Inca, são estimados 45.630 novos casos de câncer colorretal a cada ano do triênio entre 2023 e 2025, com 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres. 

Por que a incidência tem aumentado entre os adultos mais jovens?

Estudos atribuem o aumento desse do câncer de cólon e reto entre adultos mais jovens a fatores do estilo de vida, como alimentação e sedentarismo. Há pesquisas em andamento para definir mais detalhadamente as causas, mas o que já se sabe é que a mudança do padrão de hábitos alimentares pode ter tido um impacto significativo no aumento de ocorrências desse tipo de tumor.

A redução nos anos 1980 entre os adultos mais velhos, por exemplo, foi resultado de mudança para um estilo de vida mais saudável e maior recorrência na prevenção.

“Nas últimas décadas, houve um aumento do consumo de alimentos industrializados e processados”, diz a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Anelisa Coutinho no site da entidade.

“A prevenção é possível com a manutenção do peso corporal adequado, a redução do consumo de carnes processadas e vermelhas e evitando o consumo de bebidas alcoólicas”, acrescenta.

Quais são as possíveis causas do câncer colorretal?

Os principais fatores de risco estão associados ao comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, segundo o Inca.

Outros fatores de risco, diz o Instituto, estão associados a condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica e histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações, por exemplo, raios X e gama.

Quais são os sintomas da doença?

O câncer no intestino é considerado uma doença silenciosa porque os sintomas nem sempre são claros e podem se confundir com os de outras enfermidades. De forma geral, o câncer colorretal costuma causar dor abdominal, desconforto e inchaço após a alimentação.

Em caso de fissuras anais ou fezes em formatos diferentes dos habituais, é melhor consultar um médico. Alguns sintomas são mais específicos, segundo a Associação Americana de Câncer:

  • Diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que dura mais do que alguns dias
  • Sensação de que precisa evacuar e que não passa mesmo quando evacua
  • Sangramento retal com sangue vermelho vivo
  • Sangue nas fezes, o que pode fazer com que pareçam marrom-escuras ou pretas
  • Cólicas ou dor abdominal
  • Fraqueza e fadiga
  • Perder peso aparentemente sem motivo

Como é o tratamento?

Os cânceres de cólon e reto apresentam alto potencial para prevenção primária e de diagnóstico precoce. Detectar a doença por meio de exames preventivos, antes dos sintomas, facilita o tratamento.

Uma vez que a doença já está no corpo no paciente, o tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia e, dependendo do estágio do câncer, cirurgia.

É possível evitar o câncer colorretal?

Pesquisas em diferentes países mostram que os hábitos alimentarem e de atividades físicas influenciam no risco do câncer colorretal. Ajustá-los pode, sim, reduzir o risco da doença.

Entre os cuidados indicados, estão dietas ricas em vegetais, grãos e frutas e com menos alimentos processados. A prática de exercícios regularmente também é um aliado.

A prevenção inclui, ainda, evitar cigarro e bebida alcoólica, além da realização de exames preventivos. O principal deles é a colonoscopia, mas existe também a biópsia e o exame de sangue e fezes.

O ideal é conversar com o médico para saber se há necessidade de uma avaliação. A Sociedade Americana do Câncer recomenda a realização dos exames a partir dos 45 anos para pessoas com risco médio.

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