A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande deflagrou, na manhã desta sexta-feira (20), a Operação Árpagas, visando desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de roubo majorado, sequestro e extorsão qualificada. A operação cumpre 27 ordens judiciais, sendo 6 prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão e o sequestro de um veículo utilizado no crime.
As investigações começaram após o sequestro de um representante comercial do Rio Grande do Norte, ocorrido em dezembro do ano passado. A vítima, que negociava a compra de milho pela internet, viajou ao Mato Grosso para concluir a negociação. O criminoso, se passando por intermediário, direcionou a vítima para um suposto “proprietário” da fazenda onde o milho seria comercializado.
No dia combinado, a vítima foi buscada em um Fiat Mobi próximo à rodoviária de Cuiabá e levada até uma casa em uma estrada rural de Várzea Grande, onde foi mantida sob cárcere privado e ameaçada com armas de fogo. Durante o sequestro, os criminosos roubaram celular, dinheiro e roupas da vítima e a coagiram a realizar transações financeiras envolvendo duas empresas do Rio Grande do Norte.
Os sequestradores obrigaram a vítima a usar seu telefone para intermediar a compra fictícia de sacas de milho:
•400 sacas ao valor de R$ 75 cada, solicitando um adiantamento de R$ 20 mil.
•250 sacas com adiantamento de R$ 18,7 mil.
Os valores extorquidos foram depositados em contas fornecidas pela quadrilha, com uma mulher identificada como “caixa” do grupo, responsável por receber e distribuir o dinheiro entre os envolvidos.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou todos os membros da quadrilha e o papel de cada um:
•Líder da ação: Planejou e coordenou o sequestro, além de atuar como negociador falso.
•Executor e motorista: Providenciou armas, veículo e adesivo com a identificação da falsa propriedade rural.
•“Caixa” do grupo: Recebeu os valores extorquidos e distribuiu entre os comparsas.
•Emprestadores de bens: Incluindo quem forneceu o Fiat Mobi e a casa utilizada como cativeiro.
A operação ainda identificou participantes no estado do Acre, responsáveis por recrutar pessoas para fornecer contas bancárias para receber os valores.
Segundo o delegado Alexandre Nazareth, a investigação detalhou a complexa estrutura da quadrilha. “A ação foi meticulosamente planejada, com tarefas distribuídas entre os envolvidos, visando garantir o êxito do crime”, destacou.
A operação segue em andamento, com os presos sendo encaminhados para prestar depoimentos e a disposição da Justiça.