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Cuiaba - MT / 18 de agosto de 2025 - 9:49

O feminismo que não te contaram: desprezo pelos homens e guerra contra a tradição

Ana Campagnolo, a deputada estadual mais bem votada na história de Santa Catarina, consolidou-se como uma das principais vozes antifeministas do país após o sucesso do livro “Feminismo: Perversão e Subversão” (2019), com mais 100 mil exemplares vendidos.

De volta às livrarias com uma nova obra, “Não Existe Cristã Feminista” (editora Vida), a parlamentar e professora de História reúne teólogos evangélicos e católicos para analisar o que considera uma infiltração ideológica nas igrejas brasileiras.

No recorte a seguir, Campagnolo constrói uma genealogia crítica do movimento feminista, partindo das definições de figuras como Bell Hooks e Gloria Steinem para revelar o que vê como a verdadeira face revolucionária por trás do discurso de igualdade.

Com a colaboração da pedagoga Cristiane Corrêa — fundadora do primeiro grupo de estudos online sobre o antagonismo entre feminismo e cristianismo —, a autora vai além das críticas pontuais e defende a incompatibilidade entre duas visões de mundo que disputam a sociedade ocidental.

É provável que muitas pessoas digam que o feminismo é uma luta por direitos iguais para homens e mulheres. Também que deseja empoderar a mulher, torná-la livre e protegê-la de injustiças e violências.

A ativista Bell Hooks escreveu que o feminismo é uma luta para acabar com o sexismo, a exploração sexual e a opressão. Para Gloria Steinem, uma das figuras mais proeminentes do movimento, o feminismo é a ideia de que todas as mulheres devem ter controle sobre sua vida, suas escolhas e seu corpo.

A jornalista Nuria Varela, que se propôs a escrever uma cartilha que resumisse as intenções do movimento, definiu assim: “Feminismo é uma teoria e prática política articulada por mulheres que tomaram consciência das discriminações que sofrem e decidiram se organizar para mudar essa sociedade”.

Todas essas afirmações têm a intenção de apresentar uma boa reputação, construída para encobrir ideais revolucionários. É apenas a propaganda do negócio.

O feminismo é uma ideologia encorpada em um movimento político. O corpo desse movimento consiste em militantes profissionais, associações, institutos, ONGs e partidos políticos que trabalham para mudar nossa cultura, nossa mentalidade e nossas leis, conformando-as à visão de mundo revolucionária das feministas.

Revolução contra o patriarcado

Segundo as expoentes dessa causa, existem muitas etapas e versões do feminismo: negro, lésbico, liberal, marxista, ecofeminismo, ciberfeminismo. Todas as vertentes dessa ideologia concordam em um ponto: praticar e promover a revolução sexual como parte da estratégia para acabar com o patriarcado.

A revolução sexual é a destruição dos critérios morais que regem a sexualidade humana, acompanhada da subversão da linguagem e da identidade. Para o feminismo, critérios como casamento monogâmico ou heterossexualidade devem ser superados.

A virtude da castidade cristã é considerada um retrocesso, um preceito antiquado que limita, principalmente, a mulher, mas também o homem — por isso, deve ser não apenas abandonado, mas combatido.

Regras morais são consideradas uma forma de controle e opressão contra o corpo das mulheres, e uma feminista precisa se posicionar contra princípios morais, principalmente os cristãos. Esse projeto revolucionário está em curso há mais de um século.

Você, certamente, já observou que a corrosão dos bons princípios está avançada e não parece reversível. Em termos práticos, o feminismo defende que as relações sexuais não devem pressupor nenhum tipo de critério além da vontade.

Tudo o que qualquer mulher desejar fazer, seja no uso, seja na degradação do seu corpo, deve ser socialmente aceito, normalizado e até promovido. Para a realização dessa revolução sexual, é completamente necessária a descriminalização do aborto.

O conceito de liberdade sexual, para uma feminista, está intimamente ligado ao direito de não sofrer as consequências possíveis do sexo. Contudo, sabemos que a principal consequência natural do sexo é a gravidez.

De acordo com as feministas, se a mulher não puder decidir sobre matar ou não o bebê, ela jamais poderá ser livre. Livrar-se da criança é o que permite, no fim das contas, a independência da mulher em relação ao homem e a igualdade de condições para competir no mercado de trabalho.

“O homem tem que acabar”

Em janeiro de 2020, a atriz feminista Michelle Williams foi premiada com o Globo de Ouro, premiação anual concedida pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. Em seu discurso, ela disse que não teria alcançado reconhecimento nem teria ganhado aquele prêmio se não tivesse realizado um aborto que permitiu que alavancasse a sua carreira.

Eden Linton, diretora de uma organização pró-vida, explicou: “A Sra. Williams enviou uma mensagem para as meninas jovens e influenciáveis em todo o mundo de que seus sonhos e ambições [econômicas] não podem ser alcançados sem o aborto e que as mulheres devem sacrificar seus filhos para ter sucesso”.

Esse acontecimento é uma perfeita síntese da mentalidade feminista sobre a importância do aborto. Para o feminismo, o patriarcado, é um sistema social que favorece os homens e prejudica as mulheres e outras minorias.

A maior parte das feministas (mas não só elas) relaciona o patriarcado ao cristianismo ou às religiões tradicionais em geral. Para esses ideólogos, o sistema opressor patriarcal é composto por alguns elementos: o foco na diferença biológica entre os sexos, a existência de papéis sexuais atribuídos pela sociedade, o casamento tradicional, a família natural, as responsabilidades da maternidade e a diferença de resultados, proporções e salários entre homens e mulheres.

Considerado como um modelo cultural ou artificial de hierarquia, o feminismo luta pela destruição do domínio dos homens sobre a natureza e sobre as mulheres. Se o domínio masculino não é algo natural, que sempre existiu, então pode ser destruído.

Melhor, deve ser substituído; afinal, só se vence o que se substitui. Nesse ponto, podemos entender por qual motivo tantas feministas desprezam o homem e as características consideradas predominantemente masculinas.

Há poucos anos, uma foto da política socialista Manuela d’Ávila repercutiu nas redes sociais por ela estar posando com um livro intitulado “O Homem Infelizmente Tem que Acabar”, da autora Clara Corleone. Em 26 de abril de 2019, a atriz Thayla Ayla fez uma publicação que dizia “a mulher deve servir o homem”, exibindo uma pintura de Salomé servindo a cabeça decapitada de João Batista em uma bandeja.

No início dos anos 2000, uma série de camisetas de uma marca americana ficou muito famosa. Suas estampas continham afirmações como: “Garotos são estúpidos, joguem pedras neles”, “Os meninos vêm da Fábrica de Estúpidos” e “Os meninos são praticamente fedorentos e inúteis”.

Atitudes e campanhas misândricas (de ódio contra os homens) não costumam gerar nenhuma revolta, como se fossem aceitáveis e até mesmo justas. De modo geral, as feministas propagam a ideia de que não há nada de melhor ou especial nos homens.

Elas defendem até mesmo que eles são piores que as mulheres em tudo aquilo que diferem do feminino. Por um lado, as feministas difamam a masculinidade.

Por outro, dizem que nem sequer existe masculino ou feminino. A forte contestação ao conceito essencial de homem e mulher desemboca na adesão das feministas contemporâneas ao que chamamos atualmente de teoria de gênero, que já teve outros nomes — como “psicossexo” — e vem sendo trabalhada pelas feministas há séculos.

Elas defendem que nossa identidade sexual não é determinada pela biologia, mas por nossa mentalidade ou nosso sentimento. Não somos o que somos, mas o que sentimos ou pensamos ser.

Desde a teoria de gênero, evolui-se para a teoria queer, um passo ainda mais ousado para a indefinição de tudo, o fim das fronteiras conceituais. Segundo esses teóricos (de gênero e queer), é impossível definir com clareza o que é uma mulher (ou um homem), de modo que também não se pode dizer quais os papéis sexuais de cada um dentro de um casamento ou na sociedade.

Por fim, fica claro que, tanto para realizar a revolução sexual quanto para combater o patriarcado, é necessário destruir os conceitos de família natural e casamento. Defender que a família se origina na união de um homem com uma mulher com a intenção de gerar e criar filhos é totalmente reprovável para qualquer pessoa que realmente se tornou feminista.

Deus desprezível

Aquela feminista que defender o conceito bíblico de família será como uma bola quadrada. Defender as duas cosmovisões ao mesmo tempo é completamente incoerente. Cosmovisão é a nossa visão de mundo, as lentes pelas quais interpretamos a realidade, é a base que nos leva a compreender o que é certo e errado.

Um cristão coerente tem como base de sua cosmovisão as Escrituras Sagradas; porém, o fato de ele ser cristão não garante que ele não possa ser enganado por ideias vãs, como o próprio apóstolo Paulo adverte em Colossenses 2.8, “cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”.

Nancy Pearcey, em sua obra “Verdade Absoluta”, afirma que “até crentes sinceros podem estar embrenhados em uma cosmovisão secular, ao mesmo tempo em que permanecem ortodoxos em suas crenças teológicas”.

Uma cosmovisão responde a três questões essenciais: criação, queda e redenção. Primeiro, o ponto de partida do mundo; depois, seu problema principal; e, por fim, a solução para o problema.

O cristianismo apresenta o Senhor como único Deus e Criador de todo o Universo, que foi corrompido pelo pecado de Adão — que se estende a toda a humanidade. A solução para esse problema está unicamente em Cristo Jesus.

O feminismo apresenta uma cosmovisão nova e oposta: o mundo não teria sido criado por Deus, que representaria uma figura opressora e desprezível. Como consequência, o problema do mundo não é pecar contra esse Deus, mas, sim, o patriarcado, o casamento, a maternidade e toda situação de opressão em que a mulher é posta na sociedade.

Sendo assim, Cristo não se faz necessário, pois o que realmente as feministas pregam como solução é a revolução. Na cosmovisão feminista, o cristianismo é, na verdade, um alvo a ser combatido, uma ameaça, pois a cultura cristã é a principal opressora das mulheres.

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