Os oceanos alimentam 3 bilhões de pessoas e são fonte de renda para 600 milhões, em todo o mundo. Entretanto, como frisou secretário-geral da ONU, António Guterres, os oceanos estão “presos em uma armadilha de um círculo vicioso”: são vítimas e, ao mesmo tempo, aceleradores das mudanças climáticas. Ao absorverem taxas cada vez mais altas de emissões de CO2, as suas águas estão ficando mais quentes e ácidas, comprometendo a vida marinha.
Macron diz que fundo do mar ‘não está à venda’
Outra ameaça é a exploração desmedida dos seus recursos, inclusive no fundo do mar. O presidente Donald Trump anunciou recentemente que vai estimular a mineração do leito marinho em águas internacionais, ignorando a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, da qual os Estados Unidos não são membros. A agência é presidida pela diplomata brasileira Letícia Carvalho.
Em seu discurso, o presidente francês, Emmanuel Macron, também alfinetou o governo americano sobre este aspecto. “As zonas abissais [do fundo do mar] não estão à venda, assim como a Groenlância não está à venda, ou a Antártica e alto mar também não estão à venda”, martelou Macron, sob aplausos.
O líder francês ressaltou a importância de um impulso às pesquisas científicas sobre os oceanos, que segundo ele, devem orientar o caminho das ações políticas para protegê-los. “O clima, como a biodiversidade, não é uma questão de opinião. É uma questão de fatos cientificamente estabelecidos”, disse.
Macron indicou que 50 países ratificaram o Acordo sobre a Conservação e o Uso Sustentável da Diversidade Biológica Marinha de Áreas além da Jurisdição Nacional (Acordo BBNJ), e 15 outros se comprometeram a cumpri-lo. Assim, o texto terá adesões suficientes para entrar em vigor. “Conseguimos!”, celebrou Macron.