Momento viralizou nas redes. A repercussão da façanha levou o grupo a querer tentar capturar outro exemplar futuramente. “A gente não tem o costume de ver esse peixe por aqui, não é comum no São Francisco”, contou Celso.

Os 78 kg do peixe foram divididos entre os amigos. “Fiquei com sete quilos aqui em casa, a maioria comemos antes da semana santa”, Celso, que até experimentou o pirarucu, admite que preferiu vender a sua parte, já que não é o seu peixe preferido para consumo. “Eu não tenho o costume de comer pirarucu, prefiro surubim e piranha, então preferi vender, foram R$ 30 reais por quilo.”
Pirarucu oferece risco para peixes nativos do São Francisco
Apesar da celebração, a presença do pirarucu no São Francisco levanta alerta ambiental. O peixe é nativo da Amazônia e não pertence à fauna natural do rio. O biólogo da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Francisco Kelmo explica que a espécie apresenta potencial reprodutivo e predador, podendo causar desequilíbrios no ecossistema e, consequentemente, prejudicando a reprodução de espécies da região.
Autoridades ambientais devem acompanhar o caso para avaliar os impactos da presença do pirarucu na bacia do São Francisco. “Embora traga ganho financeiro para os pescadores, pode provocar redução da biodiversidade local”, alertou Kelmo.
Provavelmente essa espécie foi introduzida pelo homem nas águas do Rio São Francisco. Ou fizeram peixamento, ou tentaram criar em cativeiro. Em quaisquer das alternativas, o pirarucu poderá provocar redução da biodiversidade de outros peixes no rio.
Francisco Kelmo, professor de ecologia e biodiversidade da UFBA