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Cuiaba - MT / 14 de julho de 2025 - 16:50

Frases da Semana: “O século XXI é do Judiciário”

“Eu peguei uma ambulância, fiz uma tomografia computadorizada e recebi atendimento de emergência no Brasil. Minha conta: US$0” – Terrence McCoy, repórter do Washington Post, em matéria ressaltando as maravilhas do SUS. Quando o SUS funciona é um evento tão raro que vira notícia internacional.

“Eu sabia a fórmula do oxigênio, mas nada sobre Paulo, João de Patmos e os quatro cavaleiros do apocalipse” – Petra Costa, sobre a experiência de filmar um documentário sobre políticos evangélicos no Brasil. A “fórmula” do oxigênio é uma letra e um número, o que já parece exigir demais dela.

“É irresponsável, é antiético. E deveria ser ilegal…” – Tabata Amaral, deputada federal (PSB-SP), criticando o patrocínio de bets na festa junina da prefeitura de SP, esquecendo que no Recife, cujo prefeito é seu atual namorado João Campos (PSB-PE), acontece o mesmo. Dizem que o amor é cego, mas talvez apenas olhe para o outro lado quando convém.

“É FAKE vídeo de cachorros e gatos fazendo saltos ornamentais; cenas foram feitas com IA” – esclarecem os checadores de fatos do Portal G1. Que pena, eu já ia dar entrada no Bolsa Atleta para o meu vira-lata caramelo.

“Morte às Forças de Defesa Israelenses!” – Bob Vylan, rapper britânico, durante show em festival na Inglaterra. Difícil saber se ele é um artista muito moderno ou troglodita muito primitivo.

“Sou mais homoafetivo do que homossexual” – Wolf Maya, ex-diretor da Globo. Ser “homossexual” deve ser coisa de peão. De diretor para cima é “homoafetivo”.

Democracia relativa

“A alternância de poder virou um valor burguês que nem sempre se aplica” – Rafael Correa, ex-presidente do Equador. E quando não se aplica? Ora, quando são eles que estão no poder, óbvio.

“Mudou o regime político no Brasil?” – Fernando Haddad, ministro da Fazenda, após Congresso vetar aumento do IOF. O choque foi tão grande que, por um instante, ele achou que tinham reproclamado a República sem avisá-lo.

Desgoverno Federal

“Nós vamos continuar fazendo justiça social. Pode gritar, pode falar” – Fernando Haddad, defendendo aumento de impostos e gastos públicos como política do governo. É o novo programa “Meu Grito, Minha Vida”: o cidadão recebe o carnê de impostos com o aumento e, junto, um vale-grito, para usar em praça pública.

“Bolsa-Família é pra sustentar vagabundo” – propaganda eleitoral do Governo Federal que ficou pela metade. Acho que o Sidônio disse que ia comprar cigarro e não voltou para terminar o comercial…

“Petista faz andar projeto que cria novo imposto sobre cerveja” – notícia do Portal Metrópoles sobre projeto do deputado federal Alfredinho (PT-SP). O deputado foi esperto: deixou a cachaça de fora, pois sabia que o veto seria imediato.

“Lula está cumprindo um compromisso que ele assumiu com o povo brasileiro: botar o pobre no orçamento” – Marcelo Freixo, presidente da Embratur. O governo não quer acabar com a pobreza. Quer apenas organizá-la em ordem alfabética na planilha, entre “Juros da Dívida” e “Verbas de Gabinete”.

“Testemunha-chave do caso Odebrecht no Peru é encontrada morta” – informa Claudio Dantas, jornalista. Queima de arquivo com arma de fogo é coisa de país subdesenvolvido. Aqui, a gente usa caneta de grife, que é mais limpo, civilizado e constitucional.

“Governo vai ao STF a favor do seu ato e não contra o Congresso” – Míriam Leitão, jornalista. Por essa lógica, quem fez parte de guerrilha no passado era a favor da revolução e não contra a ditadura.

Combatendo a extrema-direita

“Extrema direita prega valorização da família para aumentar natalidade na Alemanha” – manchete da Folha de S.Paulo. O pânico moral é tanto que, se alguém na direita defender a lei da gravidade, a imprensa oficial levitaria em protesto.

“Por que a direita é tão fascinada pela literatura fantástica? A sociedade inevitavelmente estrutura nossas escolhas, mas a frustração resultante alimenta um anseio por anéis mágicos” –  Martin Sandbu, editor do Financial Times. É que a direita já leu os clássicos da literatura fantástica marxista e viu que o final é muito pior.

“Bolsonaro escancara plano por ‘poder paralelo’ no Congresso” – manchete da Folha de S.Paulo, sobre planos para eleger bancada conservadora no Senado. Um verdadeiro ataque à tradição republicana de comprar votos, seja em espécie ou com cargos.

“É a polarização que explica o protagonismo adquirido pelo Judiciário diante das ameaças à democracia por parte de expoentes do bolsonarismo” – Vera Magalhães, jornalista. A única polarização que explica isso é a que ocorre entre o Tico e o Teco, que claramente não andam se entendendo.

Made in China

“Ao contrário da Austrália, não se espera que disputas trabalhistas atrasem o cronograma de construção” – diz o The Australian, jornal antípoda, elogiando a eficiência da ditadura chinesa na execução de grandes obras. É o PAC chinês: Paredão Acelerando a Construção.

“Nós também proibimos o TikTok” – David Li, pesquisador e funcionário da ditadura chinesa, prestando solidariedade às ambições da camarada Janja. Como diz a canção: “Censura que se sonha só, é só um sonho. Censura que se sonha junto vira articulação diplomática.”

Cantinho da América

“A Ministra Jackson pula essa parte, porque analisar as leis aplicáveis envolve ler um  ‘juridiquês’ chato” – Amy Coney Barrett, juíza conservadora da Suprema Corte americana, criticando a colega progressista Ketanji Brown Jackson. Fica a sugestão: uma versão da Constituição em linguajar chulo e  pontuada por emojis. Quem sabe assim o Barroso finalmente se anima a ler o texto todo?

“Elon provavelmente teria que fechar as portas e voltar para a África do Sul” – Donald Trump, ameaçando cortar incentivos fiscais a carros elétricos, após Elon Musk criticar o orçamento de seu governo. Manda quem pode, obedece quem tem subsídio.

Esquenta Pré-Gilmarpalooza

“É um grande passo na defesa da verdadeira liberdade de expressão” – Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), sobre a “regulação” das redes sociais pelo STF. Esta nova versão, muito mais segura, garante que as pessoas pensem no que vão falar, em vez de falar o que pensam.

“O evento tem o patrocínio de diversas empresas privadas. Muito discretas, elas preferem não aparecer” – Lauro Jardim, jornalista, sobre quem banca o Gilmarpalooza em Lisboa. A discrição só não é total porque os nomes dos patrocinadores aparecem na capa de processos bilionários que aguardam julgamento.

O século XIX foi do Parlamento, o século XX foi do Executivo e, agora, o século XXI é do Judiciário

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), durante palestra em Portugal. Fica a dúvida: isso foi uma profecia, ameaça ou confissão?

“As novas possibilidades da Era Inteligente e os seus riscos igualmente extraordinários para o direito e a democracia mundial” – tema oficial do Gilmarpalooza 2025. Tema muito apropriado para o evento. Afinal, a inteligência é um grande risco para os negócios dos convivas.

“A internet tem uma lógica muito venenosa à democracia” – Flávio Dino, ministro do Supremo (STF-MA). Mas não se preocupem, pois a Janja encomendou a vacina diretamente com o Xi Jinping.

“O ‘ativismo’ pouco existe. Fazem essa crítica quando discordam das decisões do Poder Judiciário” – Alexandre de Moraes, negando existência do ativismo judicial. Em decisão monocrática, o ministro extinguiu o ativismo judicial: “Decido que o ativismo não existe. Publique-se e cumpra-se”.

“OAB é defensora intransigente do STF” – Beto Simonetti, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB, pelo visto, aposentou a beca, pegou os pompons e agora lidera a torcida organizada do Supremo: “Me dá um S! Me dá um T! Me dá um F!”

“Há uma onda de negatividade. Ninguém enxerga nada bom. Aumentou o PIB? Temos uma crise fiscal” – Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo (STF-RJ), defendendo o Governo Lula durante discurso no Gilmarpalooza. “Me dá um L! Me dá um U! Me dá outro L!”…

Semana do Sepioteuthis sepioidea

“Eu sempre achei que salário não é renda” – Lula, em comício do lançamento do Plano Safra. Ele, que já “achou” que triplex não era propina, agora “acha” que salário não é renda. O problema do Lula, sobretudo, é de interpretação.

“A gente paga o preço por ser honesto” – Lula, criticando oposição do Congresso aos atos de seu governo. E, como ele mesmo já ensinou, quando o preço de algo está muito caro, encontra-se uma alternativa.

“Nós temos nesse país o pagamento da chata [sic] de juros de quase R$ 1,2 trilhões [sic]” – Lula, ainda no comício. Os raros momentos de honestidade de Lula são, normalmente, seus erros .

“Nós estamos exportando asa de pavão, asa de rabo de galinha, asa de rabo de pomba, bico de codorna…” – Lula.  Se adicionarmos duas ‘pernas de franga’, já teremos uma Jan… quer dizer, uma “granja” completa.

“O presidente do Brasil é incoerente no exterior e impopular em casa” – manchete da The Economist, revista britânica de economia e negócios. Calúnia da imprensa imperialista! Lula é a alma mais coerente do planeta: jamais deixou um companheiro corrupto ou um ditador amigo na mão.

“Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível” – Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em cartinha defendendo Lula contra críticas da The Economist. Esses tais “humanistas” parecem existir em todos os cantos do mundo, menos em um: no Brasil.

“Essa ‘camisetinha’ que ele está usando o quê que é?” – Reinaldo Azevedo, blogueiro, debochando de Hugo Motta, presidente da Câmara (MDB-PB), que usava camisa do Flamengo em vídeo onde criticava Lula. Da próxima vez, vista uma camisa do Che Guevara que ele o levará mais a sério.

“Se não for ao STF, não governo mais” – Lula, após Congresso derrubar aumento do IOF. Dizem as más línguas que ele nem teria começado…

“Acredito na inocência de Cristina” – Lula, prestando solidariedade à amiga argentina que, como ele, foi presa por corrupção. Lula acha que ela é inocente. Está explicado por que ainda não mandou o avião da FAB.

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante. Escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira“.

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