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Rubens Carlos de Oliveira Júnior foi presidente da Unimed Cuiabá.
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de lavagem de dinheiro. Conforme a denúncia, tornada pública pela Justiça esta semana, o ex-gestor entregava dinheiro em espécie para funcionários, que eram orientados a fazer depósitos em contas bancárias no nome dele.
De acordo com a denúncia, isso ocorreu pelo menos cinco vezes entre os anos de 2020 e 2022. O dinheiro era entregue para a ex-superintendente administrativo-financeira, Ana Paula Parizzoto, ou para a ex-gerente Ivete Castanhete, que separavam os valores e os entregavam aos motoboys da empresa que eram quem faziam os depósitos em contas no bancos do Brasil, Santander e Safra.
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Conforme o MPF, a tática é conhecida como “smurfing” e é um método de dissimulação da origem criminosa dos recursos, que consiste na divisão de uma operação financeira em várias pequenas. Os valores das remessas para Rubens variavam entre R$ 8 e R$ 13 mil.
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Dessa forma, a organização criminosa investigada pelas autoridades não fazia grandes movimentações, evitando chamar a atenção das instituições bancárias.
Para o MPF, há “forte indícios” de que esse dinheiro seja de origem criminosa, diretamente relacionado às fraudes contábeis e aos desvios patrimoniais promovidos na Unimed Cuiabá.
“Em outras palavras, de acordo com o conjunto probatório de todas as investigações, tem-se que os valores ilicitamente obtidos pela prática de pelo menos 40 (quarenta) estelionatos, mediante simulação ou superfaturamento de contratos com prestadores de serviços da Unimed Cuiabá, tiveram sua origem criminosa dissimulada diretamente por Rubens Carlos de Oliveira Júnior e Ana Paula Parizzoto em favor de todos os integrantes da Organização Criminosa, com a respectiva ocultação através de entidades financeiras por meio de fracionamento de depósitos, e, muito provavelmente, posterior distribuição em favor de Rubens Carlos de Oliveira Júnior, Suzana Aparecida Rodrigues Palma, Jaqueline Proença Larrea, Eroaldo de Oliveira e Ana Paula Parizzoto”, diz a denúncia.
Os nomes citados são dos membros da administração do plano de saúde supostamente envolvidos em uma organização criminosa que resultou em um rombo de R$ 400 milhões.