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Cuiaba - MT / 22 de dezembro de 2024 - 18:28

Espécies humanas coexistiram há milhares de anos, segundo descoberta de cientistas

Duas grandes pesquisas revelaram importantes descobertas sobre a evolução humana há poucos dias: uma no Quênia, na África (revelada em uma pesquisa da revista científica Science) e outra na China (realizada pela Universidade do Havaí e publicada na Nature Communications).

Ambos estudos revelaram a existência de antigas espécies humanas extintas que coexistiram com outras em suas épocas.

National Geographic apresenta, a seguir, as novas descobertas que esclarecem mais sobre o passado dos seres humanos.

Uma pegada possivelmente deixada por um indivíduo Paranthropus boisei no Quênia, na África Oriental.
Foto de Kevin Hatala Chatham University

Foram descobertas pegadas deixadas onde antes era a margem do Lago Turkanano Quênia, na África Oriental, indicando que duas espécies antigas de hominídeos ligeiramente diferentes, viveram ali em coexistência há cerca de 1,5 milhão de anos, conforme relata o estudo recém-publicado na revista Science.

Essas duas espécies eramHomo erectus, um ancestral direto dos seres humanos atuais (Homo sapiens), e o Paranthropus boisei, que era mais parecido fisicamente com um macaco. Os cientistas analisaram as pegadas de 1,5 milhão de anos e concluíram que representam o primeiro exemplo de dois conjuntos de pegadas de hominídeos distintos feitos aproximadamente na mesma época em uma antiga margem de lago.

É uma conclusão surpreendente, pois aponta para o contato direto entre as duas espécies ancestrais de hominídeos em um mesmo período de tempo. Craig Feibel, um dos autores do estudo e professor do Departamento de Antropologia da Escola de Artes e Ciências da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, afirmou no site da faculdade que analisou o cenário das pegadas, reduzindo a passagem dos hominídeos a algumas horas e mostrando que elas foram formadas no mesmo local de sedimentos macios.

“As pegadas fósseis são empolgantes porque fornecem informações fascinantes sobre a evolução da anatomia e da locomoção humanas, além de fornecer pistas sobre comportamentos e ambientes humanos antigos”, disse Kevin Hatala, autor principal do estudo e professor associado de biologia na Universidade de Chatham em Pittsburgh, Estados Unidos.

Um modelo computadorizado 3D da superfície da área próxima ao Lago Turkana, no Quênia, que mostra pegadas fósseis de Paranthropus boisei (as pegadas verticais) próximas das pegadas separadas de Homo erectus, formando assim um caminho perpendicular.
Foto de Kevin Hatala Chatham University

Um modelo computadorizado 3D da superfície da área próxima ao Lago Turkana, no Quênia, que mostra pegadas fósseis de Paranthropus boisei (as pegadas verticais) próximas das pegadas separadas de Homo erectus, formando assim um caminho perpendicular.
Foto de Kevin Hatala Chatham University

pesquisadores da Universidade do Havaí (Estados Unidos) em um trabalho em conjunto com a Academia Chinesa de Ciência afirmaram que podem ter encontrado uma nova espécie humana extinta chamada Homo juluensis, cujos fósseis foram encontrados no leste da Ásia – antigos parentes dos seres humanos atuais, de acordo com o artigo publicado na revista científica Nature Communications.

O professor Christopher J. Bae, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade do Havaí em Mānoa, estuda os ancestrais humanos na Ásia há mais de 30 anos. E em sua pesquisa ele esclareceu algumas confusões sobre os diferentes tipos de espécies humanas que coexistiram na região asiática durante os períodos Pleistoceno Médio e Tardio, cerca de 300 mil a 50 mil anos atrás.

De acordo com essa nova pesquisa, o Homo juluensis viveu há aproximadamente 200 mil anos no leste da Ásia, caçava cavalos selvagens, fabricava ferramentas de pedra e possivelmente processava peles de animais para sobreviver antes de desaparecer há cerca de 50 mil anos.

É importante ressaltar que foi proposto que a nova espécie inclui os enigmáticos Denisovans, uma população conhecida principalmente por meio de evidências de DNA de alguns restos físicos encontrados na Sibéria e alguns fósseis encontrados no Tibete e no Laos, como afirma o artigo sobre o tema no site da Universidade do Havaí. Porém, é evidente que são necessárias mais pesquisas para testar essa relação, que se baseia principalmente nas semelhanças entre os fósseis de mandíbulas e dentes desses diferentes locais.

Acima, um busto do homem de Java, membro da espécie Homo erectus – espécie que coexistiu com o Paranthropus boisei no Quênia, como revelado em uma pesquisa recente.

Fonte: Redação National Geographic Brasil

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