Hoje, (15/10) o Tribunal do Júri da Comarca de Sinop, Mato Grosso, proferiu o veredicto contra Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, como responsável pela chacina que resultou na morte de sete pessoas em um bar, durante uma partida de sinuca com apostas em dinheiro.
Ele se envolveu em uma discussão com outros jogadores e, junto com Ezequias Souza Ribeiro, atirou a queima-roupa, matando seis homens e uma criança em Fevereiro de 2023.
A sessão foi presidida pela Juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Sinop, que estabeleceu uma pena de 136 anos, 3 meses e 20 dias de reclusão, além de 30 dias de multa.
Edgar cumprirá sua pena em Regime Fechado, de acordo com uma recente decisão do STF, e deverá pagar um valor mínimo de R$ 200 mil em indenizações, que será dividido entre as famílias das vítimas.
As vítimas da chacina foram identificadas como:
- Josué Ramos Tenório, 48 anos
- Adriano Balbinote, 46 anos
- Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, 36 anos
- Larissa Frasão de Almeida, 12 anos, filha de Getúlio, cuja morte gerou grande comoção na comunidade.
- Ezequias Souza Ribeiro, coautor da ação, foi morto um dia depois durante um confronto com a Polícia Militar.
A chacina que aconteceu após uma partida de sinuca, chocou a cidade de Sinop mostrando a brutalidade do crime, especialmente pela inclusão de uma criança de 12 anos entre as vítimas.
O Tribunal concluiu que Edgar agiu de maneira torpe e cruel, criando um risco à vida de outras pessoas e dificultando a defesa das vítimas. As condenações foram fundamentadas nos artigos 121, 155 e 157 do Código Penal.
Após a sentença, a Juíza questionou Edgar sobre seu desejo de recorrer. Ele confirmou que deseja apelar, mas continuará preso até que seu recurso seja analisado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Edgar está detido há mais de um ano e meio na penitenciária de Cuiabá.
O júri começou às 08:30h, com o sorteio dos jurados e os depoimentos de testemunhas, incluindo Raquel Almeida, viúva de Getúlio e mãe da criança. Raquel relatou que conseguiu escapar porque todos os tiros já tinham sido disparados.
Em depoimento, Edgar alegou que frequentemente jogava sinuca com apostas e conhecia algumas das vítimas e afirmou ter perdido dinheiro em jogos no dia do crime e que teria sido ameaçado por um dos jogadores.
Ele negou ter planejado os assassinatos e sustentou que sentiu que estavam conspirando para roubá-lo e matá-lo. Além disso, admitiu ter usado cocaína durante a partida, dizendo que não se lembrava do que aconteceu depois.
A condenação foi recebida com alívio pelos familiares das vítimas, que acompanharam o julgamento com grande expectativa.
Com essa decisão, a Justiça busca oferecer uma resposta à Sociedade sobre a gravidade do crime e reforçar a necessidade de medidas rigorosas no combate contra a violência.
Fonte: MT Destaque