O desembargador Sebastião de Moraes Filho afirmou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que o advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em Cuiabá no final do ano passado, vendia juízes e desembargadores para ambas as partes e devolvia (quando devolvia) ao que perdia a demanda “segundo comentários nos corregedores do Tribunal de Justiça”.
A informação foi confirmada pelo magistrado ao Corregedor Nacional de Justiça, Ministro Mauro Campbell, em uma reclamação disciplinar movida pelo advogado Igor Xavier Homar contra Sebastião e contra os desembargadores João Ferreira Filho e Marilsen Andrade Addario.
“Apenas para o registro, chegava o falecido advogado RO0BERTO ZAMPIERI (Que Deus o tenha) ao cúmulo de vender juízes e desembargadores para ambas às partes e devolvia (quando devolvia) ao
que perdia a demanda, segundo comentários nos corredores do Tribunal de Justiça“, afirmou o desembargador ao CNJ.
Sebastião, afastado por decisão do ex-corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, afirmou que vem sofrendo julgamento midiático e que, após a decisão pelo seu afastamento, vem sendo alvo de diversas reclamações junto ao CNJ aos quais classificou como injustas e levianas.
Na reclamação contra os desembargadores, o advogado reclamante argumenta que os três magistrados atuaram em conluio com um ex-juiz punido pelo CNJ que atua como advogado.
Sebastião afirmou desconhecer qualquer tipo de influência do advogado Marcelo Souza de Barros, ex-juiz que foi compulsoriamente aposentado pelo CNJ por participação no chamado “Escândalo da Maçonaria” e que sua atuação no processo foi pautada pela legalidade e que seu voto foi vencido pelo da desembargadora Marilsen Addario, também acionada na reclamação.
“Como já dito anteriormente, não tive papel de destaque, na qualidade de segundo vogal, apenas segui em parte o voto condutor da eminente PRIMEIRA VOGAL Desembargadora MARILSEN ANDRADE
ADDÁRIO que, diga-se de passagem, estava bem fundamentado nas razões de decidir, dentro do que estabelece o consagrado pelo artigo 489 do Código de Processo Civil e inciso IX, do artigo 93 da Carta Constitucional, dentro do livre convencimento observado pela colega“, argumentou o magistrado.
Em suas informações, Sebastião também fez outra citação ao processo que envolve o advogado Roberto Zampieri. Ele diz que foi “vendido” pelo advogado assassinado.
“Nesta mencionada RD [reclamação disciplinar], infelizmente, o reclamado foi descaradamente vendido. Mas, quando da defesa feita por este reclamado, comprovado restou que as minhas decisões não foram favoráveis aoindigitado advogado que, infelizmente, foi barbaramente assassinado. Cada tópico foi rechaçado e que indene de duvidas restou comprovado a inocência do ora representado“, argumentou o desembargador, destacando que deve mover uma ação indenizatória contra o advogado que o acusou de vender sentença no caso em que envolve Zampieri.
O CNJ ainda pediu informações à Corregedoria-Geral de Justiça de Mato Grosso se há procedimentos relacionados ao fatos em trâmite no órgão local, que ainda não se manifestou no processo.
Fonte: Isso É Notícia / Alexandre Aprá