O Brasil teria virado de ponta-cabeça se o golpe de Bolsonaro não tivesse falhado: o TSE fechado, a eleição anulada, Lula, Alckmin e Xandão assassinados… Uma selvageria inédita. Na última peça que entregou ao Supremo Tribunal Federal antes do julgamento, a defesa de Bolsonaro conseguiu criar um país ainda mais inimaginável: um Brasil em que nada aconteceu.
O Brasil alternativo da defesa é um país com o relógio quebrado. Parou no instante em que o general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Júnior disseram “não” a Bolsonaro. Nesse enredo que suprime a resistência dos comandantes militares, a defesa acorrentou o “mito” a mandamentos negativos. Todos começam com não.
“Não existe decreto assinado. Não existe pedido de movimentar as tropas. Não existe prova do golpe. Não há uma única prova que atrele o peticionário ao plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ ou aos atos dos chamados Kids Pretos e muito menos aos atos de 08 de janeiro”.