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Cuiaba - MT / 17 de junho de 2025 - 14:02

CNJ decide dar seguimento em processo disciplinar contra juiz que confiscou "celular bomba" de advogado assassinado

VANESSA MORENO

DO REPORTÉR MT

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, dar seguimento no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o juiz Wladymir Perri, investigado por suposta prática de infração disciplinar na condução do inquérito que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri. O magistrado é acusado de cometer irregularidades ao confiscar o celular do advogado e negado às partes o acesso ao material, além de ter violado lacres de envelopes sem o acompanhamento da defesa.

Em sessão de julgamento realizada em plenário virtual no último dia 13, o conselho, presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, decidiu prorrogar o PAD por mais 140 dias a contar do dia 30 de abril, de acordo com o voto da relatora do processo, conselheira Daniela Pereira Madeira.

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“O Conselho, por unanimidade, prorrogou o prazo para a conclusão da instrução por mais 140 (cento e quarenta) dias, a contar de 30/04/2025, nos termos do voto da Relatora”, diz trecho do resultado.

Seguiram o voto da conselheira os demais conselheiros Luís Roberto Barroso, Mauro Campbell Marques, Caputo Bastos, José Rotondano, Mônica Nobre, Alexandre Teixeira, Renata Gil, Daniela Madeira, Guilherme Feliciano, Pablo Coutinho Barreto, João Paulo Schoucair, Ulisses Rabaneda, Marcello Terto, Daiane Nogueira de Lira e Rodrigo Badaró.

O PAD contra Perri foi instaurado em dezembro de 2024, quando ele atuava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele conduzia o inquérito que investigava o assassinato de Zampieri, que foi morto a tiros em frente ao escritório de advocacia dele, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, em dezembro de 2023.

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O plenário do CNJ seguiu o voto do ministro Mauro Campbell Marques e instaurou o PAD contra o juiz pelas irregularidades que, segundo o ministro, vão contra os deveres funcionais dos magistrados.

Na época, Campbell ressaltou que as condutas de Waldymir Perri foram graves, pois há indícios de quebra de custódia de provas sobre o investigado, fato que merece apuração.

Por outro lado, em sua defesa, Perri alegou que recolheu as provas a pretexto de resguardar a identidade da vítima.

Após ter sido confiscado, o celular de Zampieri ficou conhecido como “celular bomba”, pois expôs uma série de negociações que revelaram um esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O PAD contra Perri tramita em sigilo.

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Cuiaba - MT / 17 de junho de 2025 - 14:02

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