APARECIDO CARMO
DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) descreveu como um “vazio que nunca vai ser preenchido” a sensação de ter perdido a filha, vítima de feminicídio, há quase um ano. Em conversa com jornalistas, o parlamentar também reclamou da falta de resposta do Poder Judiciário, já que os acusados pelo crime que resultou na morte de Raquel Cattani sequer foram julgados ainda.
Produtora rural em Lucas do Rio Verde, Raquel Cattani foi morta em 19 de julho de 2024, dentro da casa onde morava, pelo ex-cunhado Rodrigo Xavier, com mais de 30 facadas. O crime foi encomendado pelo ex-marido e pai dos filhos dela, Romero Xavier, que não aceitava o divórcio.
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“Primeiro é um sentimento de vazio que nunca vai ser preenchido e, em segundo lugar, um sentimento de falta de justiçamento mesmo. Nós tivemos uma ação muito rápida para desvendar o caso, mas aí fica empacado na Justiça. Nunca sai, nunca é julgado. É sempre uma tortura para a família”, disse o deputado.
Citando o caso da chacina registrada em Sorriso, em que um maníaco sexual procurado pela Justiça estuprou e matou quatro mulheres, mãe e filhas, ele reclamou da demora para que assassinos sejam julgados e comecem a cumprir suas penas.
“É um absurdo, eu não entendo porque que é dessa maneira. A gente não consegue entender. E enquanto não for julgado ele é inocente ainda, porque só depois de julgado ele vai ser condenado a um crime que todo mundo sabe que o cara cometeu”, acrescentou.
Cattani disse que espera que os responsáveis pela morte de sua filha sejam punidos com pena máxima, mas admitiu que isso não mudará a sensação de vazio descrita por ele.
“A nossa expectativa é a pena máxima que pode existir, mas mesmo assim não satisfaz o que aconteceu conosco, não preenche”, afirmou.
Cattani defendeu que é preciso criar políticas públicas visando o fortalecimento das famílias. Para ele, essa é a maneira de evitar que crimes bárbaros como esses se repitam com tanta frequência.
“No meu entendimento precisa fortalecer muito a questão familiar, que hoje infelizmente está sendo banalizada”, concluiu o deputado.
