Vídeo mostra crianças vítimas da fome em Gaza; Israel e ONU trocam acusações
O Reino Unido reconhecerá o Estado Palestino em setembro, a menos que o governo israelense tome medidas concretas para encerrar a “situação terrível” em Gaza e cumpra outras condições, anunciou nesta terça-feira (29) o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Macron anunciou na quinta que reconhecerá o Estado Palestino em setembro.
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Segundo comunicado do gabinete de Starmer, as condições que o governo israelense tem que cumprir para que o Reino Unido repense o reconhecimento da Palestina são:
Tomar “passos significativos” para acabar com a “situação terrível” em Gaza —que enfrenta pior cenário possível de fome, segundo a ONU;
Chegue a um acordo com o grupo terrorista Hamas para um acordo de cessar-fogo no conflito;
Comprometa-se a não anexar a Cisjordânia;
Comprometa-se a processo de longo prazo que leve à Solução de Dois Estados.
“Estamos determinados a proteger a viabilidade da solução de dois Estados e, por isso, reconheceremos o Estado da Palestina em setembro, na Assembleia Geral da ONU, a menos que o governo israelense tome medidas concretas para encerrar a terrível situação em Gaza e se comprometa com uma paz duradoura e sustentável, incluindo permitir que a ONU retome imediatamente o envio de ajuda humanitária à população de Gaza para pôr fim à fome, concordar com um cessar-fogo e deixar claro que não haverá anexações na Cisjordânia”, afirmou o comunicado.
Ainda segundo o gabinete de Starmer, apesar das condições impostas a Israel, as exigências feitas ao Hamas permanecem: libertação dos reféns israelenses; assinatura um cessar-fogo; abrir mão de governar Gaza, e desarmamento.
Há menos de uma semana, Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina, tornando-se o mais poderoso país europeu a fazê-lo. Macron foi duramente criticado por Israel e pelos EUA. (Leia mais abaixo)
Outras autoridades dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, também criticaram o anúncio de Macron. O presidente Donald Trump disse que o reconhecimento da Palestina pela França é inútil: “Não tem peso nenhum”. Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, chamou o presidente francês de “irresponsável”.
Fome extrema em Gaza
Reuters e AFP
O anúncio de Macron ocorreu em um momento de aumento de críticas a Israel por conta da crise humanitária sofrida pelos palestinos de Gaza, consequência da guerra que o governo israelense trava com o grupo terrorista Hamas no território há 21 meses. Relatos de fome extrema e generalizada no enclave se tornaram mais frequentes, e pessoas estão morrendo de fome.
A guerra em Gaza começou após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 israelenses e outros 250 foram feitos reféns. Desde então, o conflito matou mais de 60 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, segundo levantamento do Ministério da Saúde de Gaza —controlado pelo Hamas— corroborado pela ONU.
França reconhecerá Estado Palestino
O presidente da França, Emmanuel Macron, fala durante uma coletiva de imprensa após uma cúpula especial de líderes da União Europeia para discutir a guerra na Ucrânia e a defesa europeia, em Bruxelas, na Bélgica.
REUTERS/Christian Hartmann
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no dia 24 de julho que o país vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Ele disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio.
O anúncio foi feito na rede social X, junto com a publicação de uma carta enviada ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. No documento, Macron confirma a intenção da França de se tornar a primeira grande potência ocidental a reconhecer o Estado palestino.
“Fiel ao compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, escreveu Macron. “Farei esse anúncio solene na Assembleia Geral da ONU em setembro.”
Atualmente, 146 países reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. O movimento mais recente de reconhecimento foi feito por Espanha, Noruega e Irlanda, em 2024.
Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025
AFP
A França abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa. Com a decisão, o país deve impulsionar um movimento que, até agora, era liderado por nações menores e mais críticas a Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão do governo francês “recompensa o terror e corre o risco de criar mais um representante do Irã”.
A medida também deve gerar reações negativas nos Estados Unidos. Em junho, em um telegrama diplomático, Washington afirmou que se opõe a qualquer iniciativa que reconheça unilateralmente um Estado palestino.
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Fonte: G1