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Cuiaba - MT / 19 de agosto de 2025 - 16:58

“Alexandre” bate “Adolfo” e “Fidel” e vira o nome preferido da elite brasileira

O sancionado está na moda. O nome do sancionado, digo. Pela primeira vez na história deste país (como diria o Lula), “Alexandre” superou outros nomes tradicionalmente dados a tiranetes históricos ou em potencial, como “Adolfo”, “Koba”, “Fidel” e “Luiz Inácio”, nos cartórios brasileiros. No total, um monte de bebês foi registrado como “Alexandre”, contra um punhado deles registrados como “Luiz Inácio” e suas variantes populares (“Nine”, “Lulalá Drão”, etc). Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas Falsas – IBGEF, que entrevistou mil vozes na minha cabeça.

Um exemplo dessa admiração ao sancionado vem da sindicalista Greycy Fabbiane Barboza, que acaba de ter seu primeiro filho, Alexandre Dino Mendes Barroso de Araújo. “Ele será um grande defensor da democracia”, acredita ela, que durante toda a gestação leu a Constituição para o pequeno Alexandre. Deu certo! Assim que levou os tradicionais tapinhas no bumbum, Alexandre, ainda todo sujo de placenta, teria dito ao médico bolsonarista: “Teje preso!”. E abriu o berreiro!

Alexandrinhos, Alexandrinhas e até Alexandrinhes

Nem só os meninos têm o privilégio de receberem o nome de um sancionado com a Lei Magnitsky. É o caso da filha recém-nascida da socialite, entrepreneur e restaurateur Terezinha Safra Telles Marinho, registrada como “Alexandra”. Terezinha e seu marido, o influencer e rapper Oluap, explicam o nome dado ao bebê. “Política? Que nada! Tive a ideia quando vi que ela nasceu careca!”, disse o pai, todo orgulhoso.

Um detalhe que chama a atenção é a distribuição geográfica do fenômeno. A maioria dos novos Alexandrinhos, Alexandrinhas e até Alexandrinhes está sendo registrada nas regiões mais ricas e escolarizadas dos grandes centros urbanos. O nome tem especial apelo entre funcionários públicos, professores universitários, juristas garantistas de ocasião e herdeiros. Aliás, no Tinder explodiu a procura por parceiros com sobrenome “De Moraes”. Coincidência?

Nomes curiosos

Mas nem todo mundo está feliz. Tanto que a Associação Nacional dos Alexandres, Alexandre Aleixo Oleksandr, entrou com uma ação na Justiça para barrar os registros de novos Alexandres. “Alexandre de Moraes é uma vergonha para a tradição alexandrina. Alexandre, o Grande, os papas Alexandre (menos o Borgia), Alexandre Dumas e Alexandre Graham Bell devem estar rolando na tumba”, diz ele, todo indignadinho. Para logo em seguida emendar: “Sabia que ‘Alexandre’ significa ‘protetor da Humanidade’? Que ironia!”. (É ele quem tá dizendo, hein!).

Nem só de Alexandres e Luizes Inácios, porém, vivem as certidões de nascimento em tempos de guerra política. Em Alexandria (RN), nasceram Lei Magnitsky Aparecida da Silva, Trump Rubio de Oliveira e Juristocracia Karla dos Santos. Já em Alexânia (GO) foram registrados bebês chamados Soberania Nacional de Albuquerque Figueroa, Sanção Tarifaço de Almeida e Essetéf Guardião da Democracia Moreira Salles. Filhos, aliás, das famílias mais ricas e influentes da região.

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Cuiaba - MT / 19 de agosto de 2025 - 16:58

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