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Cuiaba - MT / 19 de agosto de 2025 - 15:20

Governadores de direita: por que não, Carlos? Por que não, Eduardo?

Vejo Carlos e Eduardo Bolsonaro em guerra contra os “governadores de direita” que ousam se apresentar como alternativa a Jair Bolsonaro, ainda inelegível, em 2026. A guerra foi deflagrada depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, lançou sua pré-candidatura à Presidência. Colocados no mesmo bolo, Zema, Ratinho Jr., Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado foram chamados de ratos, de oportunistas, de cúmplices, de hipócritas, de tudo e mais um pouco.

Ignorando a linguagem chula e agressiva dos irmãos, fico me perguntando: por quê?! Alguém pode me explicar por que é tão impensável, tão inaceitável assim que outras pessoas se apresentem como alternativas viáveis ao projeto petista? Mesmo que sejam alternativas distantes do ideal, imperfeitas, com telhado de vidro e um ou outro esqueletinho no armário. Por que essas pessoas não podem se colocar à disposição do país?

Não entendo

E aqui não vai nenhum juízo de valor sobre esses candidatos em potencial, que conheço assim por alto, que nem você, e em relação aos quais tenho cá minhas divergências e ressalvas. Mas insisto: por quê, de antemão, os governadores de direita seriam merecedores do desprezo, quando não da repulsa por parte do bolsonarismo? E ainda mais num país carente de lideranças conservadoras – umas mais e outras menos, cada qual com suas idiossincrasias, e todas, repito, longe do ideal (se é que esse ideal existe).

Não entendo, mas agradeço a oportunidade de levantar essas questões e, já que estou no embalo, mais esta: a quantas anda o nível de tolerância da direita? Se aparecer um candidato agora com uma nódoa discreta no histórico ideológico, por exemplo. Será que a direita está disposta a aceitar, a acreditar, a confiar em outro nome que não Jair e outro sobrenome que não Bolsonaro? Ou a direita exige pedigree, exige atestado de pureza ideológica para apoiar este ou aquele candidato?

Incapazes

E, para o caso de você se sentir tentado a responder “baixíssimo”, “não” e “sim, exijo” às perguntas propostas no parágrafo anterior, aqui vai outra pergunta: não seria uma estratégia suicida (além de estupidamente teimosa) essa coisa de insistir em Bolsonaro, só Bolsonaro, nada além de Bolsonaro? E, para finalizar, já que está acabando o estoque de pontos de interrogação aqui no almoxarifado: não seria uma crueldade depositar toda essa expectativa sobre os ombros cansados, visivelmente cansados, e doentes de Jair Bolsonaro?

Entendo a reação destemperada de Carlos e Eduardo Bolsonaro. De coração. Afinal, trata-se da sobrevivência política e da defesa do legado do pai deles. Mas também se trata de sobrevivência política deles próprios. E é aí que a coisa complica, que as tintas se misturam e que tudo ganha contornos de mediocridade, de pensamento de curto prazo, de cálculo afoito. Como se o 02 e o 03 fossem incapazes de… Incapazes.

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Cuiaba - MT / 19 de agosto de 2025 - 15:20

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