“Sou um homem hétero que frequentemente sofre homofobia” – Júnior Lima, cantor. Lembra um amigo meu que diz que é muito magro, mas sofre gordofobia. Acho que é pela frequência com que ele devora os Big Macs.
“De um lado, temos alguém que criou um mundo inteiro de fantasia; do outro, estou eu” – J.K. Rowling, escritora, discutindo com pessoa identificada como “mulher trans” no X. O mundo de hoje é habitado por criaturas tão fantásticas que fazem Hogwarts parecer uma quermesse de bairro.
“É como se o PCC parasse São Paulo para exigir a libertação de Marcola, mas tivesse armas nucleares e um PIB de US$ 30 trilhões” – Celso Rocha de Barros, sociólogo petista, criticando sanções dos EUA. Forçou um pouco a barra. O PCC não tem autoridade moral para sancionar o STF por violação de direitos humanos. Ainda.
“Para reforçar a segurança e evitar a aproximação de pessoas inconvenientes” – Tribunal Superior do Trabalho, justificando a construção de sala VIP de R$ 1,5 milhão para seus ministros no aeroporto de Brasília. Assim, somente as pessoas mais convenientes poderão se aproximar dos ilustres juízes: aquelas que têm jatinho próprio.
“A espécie humana não sobreviverá a este século” – Franco Berardi, filósofo marxista. Pelo visto, os marxistas andam otimistas de que, em breve, o socialismo real vai dar certo.
“O presidente Trump determinou tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados [sic] aos EUA. Essa determinação prejudicará extremamente a arrecadação de tributos e o repasse para os municípios” – Toca Serra, alcaide de Pedro do Rosário-MA (PCdoB), culpando Trump ao dar calote nos servidores. A culpa é nossa e exportamos para quem a gente quiser. Isso sim é soberania.
“Fui mantido em cativeiro por um ‘jornalista’” – Shlomi Ziv, refém libertado em Gaza, sobre notícia de suposto “jornalista” palestino morto pelas forças israelenses. É, a gente aqui também. Mas não é um só, não. São vários.
“Ninguém pode concordar em ter seu país sendo prejudicado por um parlamentar” – Hugo Motta, presidente da Câmara (Republicanos-PB), sobre atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA. Perfeito. Existe uma hierarquia a ser respeitada: um deputado, em sua modesta função, só pode prejudicar o próprio estado. Prejudicar o país inteiro já é competência das instâncias superiores.
“A oposição está colocando a vaidade acima do interesse nacional. Isso não se faz. Temos 215 milhões de pessoas para alimentar” – Fernando Haddad, suposto ministro da Fazenda. Para alimentar um regime fiscal nada balanceado, onde o Estado engorda enquanto nosso bolso emagrece. No fim, o prato do dia para o brasileiro é sempre a conta.
“Não sei se há ambiente para anistiar” – Hugo Motta, sobre os presos do 8 de janeiro. Claro, ele está acostumado com o ambiente dos jatinhos da FAB, onde o clima é sempre desfavorável às demandas populares.
Loucademia Brasileira de Letras
“IA de Machado de Assis dá boas-vindas a nova imortal da ABL” – título de reportagem da revista VEJA, com imagem onde Machado de Assis recebe Míriam Leitão. A homenagem perfeita para quem enfim descobriu a função real do emplastro Brás Cubas: nos fazer entender como tudo pode ser bom.
“Obrigada senador [sic]” – Míriam Leitão, blogueira e imortal da ABL, ignorando a vírgula ao agradecer Randolfe Rodrigues no X. Mas, não tem problema. Segundo uma certa primeira-dama, a Academia Brasileira é de Letras, não de Pontuação.
A Tal da Soberaninha
“Não vamos mais usar o dólar em nossos negócios com a China” – Caito Maia, CEO da Chilli Beans. Também aderindo à guerra contra o dólar, o carro da pamonha de Piracicaba anunciou que, a partir de hoje, só aceita pagamento em rublos.
“Foi cancelada, sem nova data, após a militância antidiplomática dessas forças de extrema direita” – Fernando Haddad, após reunião com secretário do Tesouro dos EUA ter sido desmarcada. Pelo visto, o governo já não tem soberania nem sobre a própria agenda.
“EUA pegaram pesado com o Brasil. Não vejo aonde querem chegar” – Arminio Fraga, ex-ministro de FHC e cabo eleitoral de Lula, sofrendo de amnésia seletiva. Desça do muro e sente-se aqui, Arminio: tudo começou em 8 de novembro de 2019…
“O Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático do que seu agressor” – Fernando Haddad, durante o lançamento do pacote anti-tarifaço. É a mesma lógica dos pacotes fiscais dele: só dão errado porque são perfeitos demais.
“O Brasil não vai andar de joelhos para o governo americano” – Lula, após Trump criticar tarifas cobradas pelo Brasil. Até porque a China tem cláusula de exclusividade.
“Isolar a extrema-direita é passo para defender a soberania” – José Dirceu, ex-presidiário. Você deve estar se perguntando: “Ué, mas esse não é aquele sujeito que…?” Sim, é ele mesmo. Virou o novo paladino da soberania nacional.
Sancionando e Andando
“Dizem que a Bíblia também foi escrita com sentidos diversos para que cada leitor fizesse sua interpretação” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT), defendendo a criatividade na interpretação da Constituição. Ministro, só para esclarecer: a Torre de Babel é para servir de alerta, não como receita de bolo.
“Porque não usaram a linguagem simples. E depois fizeram traduções em aramaico, grego, latim, aí ficou difícil” – Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo (STF-RJ), endossando a criatividade de Gilmar. É verdade. Para traduzir toda a boçalidade e perfídia de Judas em linguagem simples, seria mais apropriado ele trair Jesus não com um beijo, mas com um “Perdeu, Mané, não amola”.
“O pavão consegue emitir feixes de laser por meio de sua cauda, no que representa a primeira cavidade do tipo encontrada no reino animal” – diz pesquisa da Universidade Politécnica da Flórida. Então o pavão agora atira laser pelo rabo? Os inimigos da “democracia” não contavam com essa evolução suprema.
“Nós temos falado sobre os nossos desafios, aqui e alhures. Poderia estar contando em Roma, em Paris, em Lisboa. Agora não em Washington, né?” – Gilmar Mendes. Em Washington não pode. Mas se quiser ir pros quintos dos alhures está liberado.
“Essa pessoa destruiu a relação historicamente boa do Brasil com os EUA” – Christopher Landau, subsecretário de Estado dos EUA, sobre Alexandre de Moraes. Seguindo a devida liturgia diplomática, o termo “pessoa” foi claramente usado em seu sentido mais amplo.
“Para deixar claro: eu não vou parar, não vou desistir, não vou ceder, até que o Presidente Bolsonaro esteja livre!!!” – Jason Miller, conselheiro de Donald Trump. Quem já viu Sexta-Feira 13 sabe: o Jason não desiste nunca – e costuma atacar perto da água. Pessoal do Lago Sul, cuidado.
“Um Golpe de Estado Supremo no Brasil” – manchete do The Wall Street Journal. Pois é. A bagunça ficou tão grande que a vizinhança está reclamando. Se o Brasil fosse uma criança, a Mãe já estaria dando bronca com o nome completo: “República Federativa do Brasil, vá já arrumar o seu Judiciário! E se me aparecer mais uma sançãozinha sequer, você fica de castigo e não vai brincar com o Irã no fim de semana!”
“É algo que fez parte de um outro momento da minha vida no passado” – Flávio Dino, ministro do Supremo (STF-MA), sobre ter levantado suspeita de fraudes nas urnas eletrônicas ao perder eleição no Maranhão. Aquele ministro do Supremo que duvidava da urna eletrônica? Nunca vi mais gordo!
“As instituições acabam, obviamente, repetindo os erros dos seres humanos, exatamente por isso o Judiciário é um órgão colegiado” – Alexandre de Moraes, socializando a culpa com os camaradas do STF. Aqui é a mesmíssima coisa: eu só digito as frases, quem publica é o jornal.
“É verdade que nós temos nos reunido para conversar sobre os efeitos dessas sanções” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT). Pergunta do milhão: que nome se dá a um grupo de sancionados que se reúne para tentar burlar os efeitos da lei?
“Realmente, a coisa está feia. Não estou aguentando mais” – Airton Vieira, ex-juiz auxiliar e um dos “jagunços” de Alexandre de Moraes, em áudio vazado. Craque na arte do “estava só cumprindo ordens”, Airton – que está mais para Barrichello do que para Senna – seguiu à risca a nova regra: se for chorar, manda áudio.
A Semana do Molusco
“A gente não pode votar numa pessoa que fica tagarelando. É preciso conhecer a vida da pessoa, o passado da pessoa” – Lula, em evento de campanha permanente. Ele fala com a confiança de quem sabe que, se o teu passado te condena, o STF te descondena.
“Quem coloca a raposa no galinheiro vai ver suas galinhas serem comidas” – Lula, durante comício em Pernambuco. Finalmente o governo deu uma explicação coerente para o roubo bilionário no INSS.
“O melhor presente que eu comprei, para um superpai, é esse aqui ó” – Comerciante em Jaboatão dos Guararapes-PE, exibindo um par de algemas que comprou para Lula no Dia dos Pais. Por via das dúvidas, dizem por aí que o ministro Fachin já comprou as chaves para dar no Dia do Amigo.
“De direita era o Maluf, em que a gente fazia a disputa, a gente perdia ou ganhava e era uma coisa civilizada” – Lula, sobre Bolsonaro não ser de direita. Alckmin que abra o olho. Vai que o Maluf resolve beijar a mão do painho e roubar a sua merenda. Ou melhor, a nossa.
“Eu não recuo dessa ideia, porque eu preciso testá-la. Se testar e fracassar, eu estava errado” – Lula, em mais um devaneio sobre a moeda dos BRICs, que só o Brasil quer. Esqueçam as criptomoedas! Vem aí a cleptomoeda, a primeira do mundo lastreada em uma reserva infinita de bravatas, promessas vazias e escândalos de corrupção.
“O povo tinha razão de estar meio puto” – Lula, sobre má gestão se refletir em sua baixa popularidade. Não tinha razão, não. Só meio?
Jornalismo de Estimação
“Geraldo Alckmin tá que não se aguenta de sorrisos” – José Roberto de Toledo, colunista do UOL, fantasiando sobre a relevância de Alckmin em negociações com os EUA. Lá na minha terra, isso tem nome: bobo alegre. É uma condição triste, mas dizem que eles são felizes.
“Eu vou poupá-lo de defender o próprio governo, porque inclusive eu sei fazer a defesa se preciso” – Reinaldo Azevedo, blogueiro, entrevistando Lula. O sapato também não precisa lustrar, o Reinaldo sabe passar um pano que é uma beleza.
“O senhor está bonitão” – Reinaldo Azevedo, em arroubo de imparcialidade. Lula não sentia uma puxada tão forte assim desde o dia em que rompeu o músculo corruptor esquerdo.”
É Golpe!
“Golpismo sobreviverá enquanto houver bolsonaristas com mandato” – João Filho, cientista social. Para salvarmos a democracia, urge que eliminemos a oposição.
“Teologias apocalípticas ganham força em momentos de crise” – Petra Costa, diretora de cinema e propagadora de teorias da conspiração. Num raro momento de lucidez, a cineasta descreve com precisão o próprio gênero cinematográfico.
“Ocupação do Congresso pela oposição foi uma tentativa de golpe” – Simone Tebet. Tudo é golpe. Exceto enganar o eleitor e se aliar ao político que você mesma chamava de corrupto no primeiro turno.
