Uma perícia complementar apontou que o sangue encontrado no carro do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, 35, achado morto dentro de um buraco no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, não é compatível com o perfil genético da esposa dele, Fernanda Dandalo.
Um laudo anterior já havia apontando que o sangue coletado próximo ao banco traseiro do carro de Junior, localizado no estacionamento entre o kartódromo e o autódromo, tinha dois perfis genéticos, sendo um do próprio empresário e outro de uma mulher desconhecida.
Um agente envolvido na investigação disse que a polícia tenta identificar de quem seria o sangue, mas que o foco é chegar aos autores do homicídio.
A questão do sangue é tratada em segundo plano, uma vez que a mancha poderia já estar no interior do veículo antes do assassinato.
Junior desapareceu após ir a um evento no autódromo no dia 30 de maio. Seu carro foi encontrado por familiares um dia depois.
O corpo foi localizado no interior de um buraco no dia 3 de junho, sem as calças e os calçados. Nada foi roubado. Ele estava em pé, com um capacete colocado sobre a cabeça.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou que Junior foi asfixiado, ou seja, houve um homicídio. Ele pode ter sido colocado no buraco ainda com vida.
Os investigadores ainda aguardam o resultado do exame de material coletado sob as unhas de Junior, que poderá apontar vestígios de uma pessoa com quem ele possa ter brigado.
Passado um mês, a polícia tenta, por meio da tecnologia, desvendar o que houve com Junior, que até pouco antes de sumir estava acompanhado de um amigo. O homem prestou depoimento e seu envolvimento no crime foi descartado.
Os depoimentos tomados até aqui, de seguranças e funcionários do evento, não ajudaram a polícia a avançar no caso.
“Um mês de angústia e sem resposta nenhuma. Um homicídio horrível, hoje só resta tristeza e dor aos familiares. Infelizmente, sem retorno do Estado e dos organizadores [do evento]”, disse Fernanda à Folha.