Luiz Alves / Prefeitura de Cuiabá
Segundo Abilio, parte do aeroporto foi construída sobre vias públicas municipais
Luiz Alves / Prefeitura de Cuiabá
Segundo Abilio, parte do aeroporto foi construída sobre vias públicas municipais
FERNANDA ESCOUTO
DAFFINY DELGADO
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), denunciou o Grupo Bom Futuro por ter invadido áreas que pertencem ao munícipio, para construir um dos aeroportos mais luxuoso do país. A declaração foi feita, nesta terça-feira (1º), enquanto Abilio falava do protesto de famílias sobre uma possível desocupação no Contorno Leste, na Capital.
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Segundo Abilio, parte do aeroporto foi construída sobre vias públicas municipais. “Nosso sistema da Prefeitura mostra que eles estão em cima de duas vias públicas, ruas nossas que foram invadidas para estar colocando lá”, disse.
“E nós vamos agir da mesma medida? Pedindo para aquele brilhante, lindo, maravilhoso aeroporto saia de lá, porque ele está em cima de uma via pública?”, questiona.
O prefeito pontua que, para desafetar uma via pública, isto é remover a sua qualificação como bem de uso comum do povo, permitindo que ela seja utilizada para outros fins, é necessário que encaminhem a solicitação à Câmara de Cuiabá, que deve votar se aprova ou não a medida. Somente após esse processo é realizado um leilão, no qual as pessoas dão o lance pelo terreno.
“Não foi feito esse processo, nós não identificamos esse processo lá. Então, tudo indica que naquela região, aquela área do aeroporto está invadindo uma área pública”, pontuou.
“O aeródromo, que é o aeroporto da Bom Futuro, realmente ficou lindo, realmente ficou bonito, realmente é o melhor aeroporto do Centro-Oeste, talvez um dos melhores aeroportos privados do Brasil, muito bom aeroporto. Só que tem um processo, inclusive, apurando uma invasão de áreas públicas”, concluiu.
Caso investigado
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) investiga se o aeroporto da Bom Futuro, uma das maiores empresas de agronegócio do Brasil, foi instalado sobre terrenos públicos de maneira ilegal.
Segundo o órgão, o aeródromo foi instalado no Loteamento Parque Bandeira, que foi constituído entre 1978 e 1979. O MP apontou ainda documentos de cartórios que comprovam que o loteamento tinha 11 mil hectares, vias públicas e 4 hectares de reserva florestal.
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Outro lado
Por meio de nota, a Bom Futuro informou que não houve usurpação de bem público e que a atuação da Bom Futuro é transparente, legal e responsável, com rigorosa observância da lei e dos princípios de boa-fé.