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Cuiaba - MT / 22 de dezembro de 2024 - 7:49

MP aciona prefeito de Brasnorte por suspeita de compra de votos; eleição pode ser anulada

O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma ação contra a chapa “Vamos Juntos Seguir em Frente”, formada pelo prefeito de Brasnorte, Edelo Marcelo Ferrari, e pela vice-prefeita, Roseli Borges de Araújo Gonçalves, além do vereador Gilmar Celso Gonçalves, conhecido como “Gilmar da Obras”. A ação levanta graves acusações de irregularidades durante as eleições de 2024, incluindo compra de votos, transporte irregular de eleitores e aliciamento do povo indígena Enawenê-Nawê.

De acordo com o MPE, as investigações revelaram que indígenas foram incentivados a transferir seus títulos de eleitor para Brasnorte, mesmo residindo em uma Terra Indígena localizada nos municípios de Juína, Comodoro e Sapezal. Em troca, foram oferecidos dinheiro, combustível, transporte e até frangos congelados, em uma suposta tentativa de angariar votos.

O promotor eleitoral Jacques de Barros Lopes, responsável pela ação, destacou que os votos dos indígenas foram determinantes para o resultado do pleito. Dos 107 títulos transferidos para Brasnorte, 96 eleitores compareceram às urnas, registrando um índice de abstenção muito abaixo da média do município. Às vésperas da votação, dois ônibus foram enviados à aldeia para transporte dos eleitores, mas a ação foi interrompida pelo Exército Brasileiro após denúncias de irregularidades. Mesmo assim, os indígenas foram transportados em veículos próprios, com combustível custeado por aliados da chapa, segundo a investigação.

O Ministério Público baseou as denúncias em vídeos, depoimentos, registros de transferências bancárias e outros documentos. Além do prefeito, da vice-prefeita e do vereador, também foram citados servidores municipais, como Rogério Gonçalves, subsecretário de Infraestrutura, e João Gomes da Silva Júnior, diretor de Iluminação, acusados de atuar na logística e nos pagamentos ligados às irregularidades.

Se as acusações forem confirmadas, o prefeito, a vice-prefeita e o vereador podem ter seus registros ou diplomas cassados, serem declarados inelegíveis por oito anos e ainda receberem multas de até R$ 53 mil. A ação também pede a anulação do pleito em Brasnorte.

O caso segue em análise pela Justiça Eleitoral. As informações foram divulgadas oficialmente pela assessoria do Ministério Público do Estado.

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Cuiaba - MT / 22 de dezembro de 2024 - 7:49

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